O mercado global de biopesticidas está em expansão, e deve alcançar 2026 com aumento em torno de 15% ao ano. Este é um percentual bastante expressivo, quando comparado ao dos defensivos tradicionais, cuja taxa de crescimento está entre 1- 2% ao ano. Em se tratando do Brasil, o setor apontava expectativa de crescimento de 33% em 2021, e faturamento perto de US$ 1,7 bilhão. Segundo estimativas, hoje cerca de 20% de toda a área agrícola nacional já faz uso contínuo de produtos biológicos para o manejo. Existe uma forte tendência de regulamentações ambientais cada vez mais rígidas, como já acontece na Europa, o que deve fomentar novas pesquisas e desenvolvimentos. Para se ter uma ideia, já havia 433 biodefensivos registrados na Anvisa em dezembro de 2021. Pelo menos 35% deles (151), só nos últimos três anos.
Esse aumento é reflexo da crescente demanda do campo por práticas e produtos mais sustentáveis que, por sua vez, são cada vez mais exigidas pelo mercado consumidor no Brasil e no mundo. Os produtos biológicos são grandes aliados neste objetivo, pois têm reduzida pegada de carbono e não deixam resíduos tóxicos nas plantas. Pelo contrário, os resíduos biológicos favorecem a fertilidade do solo. Há outros importantes benefícios das formulações microbianas, que podem ser aplicadas sozinhas ou em sinergia com os defensivos químicos. Podem também ser aplicadas em pequenas ou em grandes áreas agricultáveis e em culturas diversas, incluindo milho, soja e cana.
O desenvolvimento de produtos biológicos eficazes depende de uma estrutura completa de pesquisa e metodologias, incluindo as tecnologias para a formulação de microrganismos vivos como bactérias e fungos. O principal desafio é assegurar a viabilidade do microrganismo na formulação para garantir o armazenamento do produto na prateleira. Isso porque o contato com o ar, a umidade e surfactantes por um longo tempo interfere negativamente na viabilidade do microrganismo, diminuindo o tempo de armazenamento da formulação.
Uma estratégia para aumentar o tempo de prateleira mantendo a viabilidade dos microrganismos consiste em proteger fisicamente as estruturas celulares por meio de encapsulamento em polissacarídeos hidrofóbicos ou em óleo. A finalidade desta estratégia é evitar a hidratação dos esporos durante o armazenamento de forma que sejam hidratados e iniciem seu desenvolvimento apenas após a aplicação no campo. Os surfactantes aplicados nas formulações precisam ser biocompatíveis e usados em concentração adequada para não sensibilizar o microrganismo. Esta estratégia de desenvolvimento garante um maior tempo de armazenamento, alta taxa de viabilidade e parâmetros físico-químicos adequados para a aplicação, como retenção e espalhamento.
Obter resultados convenientes de viabilidade e aplicação no campo são um dos principais desafios dos formuladores de microrganismos. Algumas características precisam ser consideradas como a presença de matriz extracelular, pH, eletrólitos, além de outros ingredientes não surfactantes adicionados à formulação.
Desenvolvimento – O time da Oxiteno trabalha em co-criação com clientes e parceiros. Nossos pesquisadores acompanham o desenvolvimento dos microrganismos para determinar quais produtos e soluções podem ou não ser recomendadas para esta aplicação. Testes físico-químicos e de performance das formulações em plantas mantidas em casa de vegetação também são realizados para que todos os desafios de aplicação sejam contemplados.
A importância das capabilities – A complexidade no desenvolvimento de formulações biológicas do tipo WG e SC exigem conhecimento e equipamentos específicos. A Oxiteno faz investimentos constantes em equipamentos de ponta e treinamento de seus profissionais. Contamos com um time e laboratório de microbiologia dedicado, que possui todos os equipamentos necessários para o desenvolvimento e avaliações de formulações microbiológicas (biblioteca de microrganismos ATCC, citômetro de fluxo, fluxo laminar, microscopia);
Os testes de aplicação são realizados por meio de diversos equipamentos como a spray chamber, que simula a aplicação sobre as plantas, rizotron, para avaliação do efeito das formulações sobre as raízes. A Oxiteno faz uso de sua estrutura da casa de vegetação para cultivar e manter as plantas tratadas para sua posterior avaliação, e conta com parceiros para realizar testes com pragas específicas e estudos de campo.
Produtos de alta tecnologia capazes de assegurar tempo de prateleira a temperatura ambiente de até dois anos, além de oferecerem características físico-químicas semelhante às observadas em formulações químicas, têm sido desenvolvidos pelo nosso time.
O manejo integrado com produtos biológicos é uma demanda do agronegócio global e contribui para aumentar a sustentabilidade no campo. A Oxiteno está preparada para atender aos formuladores com soluções inovadoras alinhadas à sustentabilidade. Conte conosco.
Poliana Cardoso-Gustavson | Pesquisadora em Crop Solutions
