Como desemulsificantes de óleo de milho participam do crescimento do etanol de milho no Brasil

Como desemulsificantes de óleo de milho participam do crescimento do etanol de milho no Brasil

O milho se tornou a matriz de etanol que mais cresceu no Brasil nos últimos 5 anos. A produção alcooleira a partir do grão mais que triplicoudesde o início da década, com CAGR de 16% de 2020 a 2024. Este crescimento é extremamente significativo, em especial ao se considerar que o álcool de cana teve uma retração de cerca de 30% em sua produção no mesmo período, e, por isso, alavancou o etanol de milho a representar cerca de 20% do total de bioetanol produzido no país.

A lucratividade da produção de etanol de milho, entretanto, não se limita apenas à venda do etanol. Usinas produtoras do biocombustível exclusivamente a partir do grão, ou usinas full, também extraem ganhos a partir da comercialização de coprodutos de maior valor agregado obtidos após a obtenção do etanol. Essas usinas tratam o xarope resultante ao final da destilação para gerar o DDG (do inglês, Dried Distilled Grains) e o óleo de milho, de forma que uma tonelada de milho gera em média, 420L de etanol, 300 kg de DDG e 12L de óleo de milho.

Apesar de o óleo de milho em específico ser o item com menor produtividade entre os produtos obtidos nas usinas, seu alto valor agregado o torna um coproduto de grande interesse para o mercado – em específico para os mercados de biodiesel e de nutrição animal. Por conta da recompensa deste desafio, é imperativo que se utilize processos e produtos específicos para otimizar a obtenção deste material, e o principal insumo químico nesta operação são os desemulsificantes de óleo de milho (ou CODs, do inglês Corn Oil Demulsifiers), como os produtos da linha ALKEST® TW, ALKEST® CSO.

Os CODs são os principais aditivos químicos usados para promover a quebra da emulsão do óleo de milho no xarope. Dosados a 0,03% sobre o xarope, sejam puros ou como parte de formulações, os desemulsificantes são tipicamente surfactantes de caráter hidrofílico, que ocupam a interface das gotículas de óleo e substituem componentes estabilizantes da emulsão, como proteínas e polissacarídeos. Com a desestabilização da emulsão, as partículas de óleo ganham mobilidade e se agregam, separando-se da fase aquosa.

O uso de um desemulsificante adequado ao xarope específico de uma usina reduz o tempo de separação do óleo em sistemas de centrifugação a quente e, consequentemente reduz custos energéticos significativos na obtenção de coprodutos e gera maior produtividade e lucratividade ao negócio do biocombustível.

Desta forma, desemulsificantes como os da linha ALKEST® são produtos chave na rentabilidade do mercado de bioetanol de milho e colaboram com a diversificação da matriz energética brasileira.

Luis Felipe Sugai / Rafael Ungarato

REFERENCES:

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DO PETRÓELO, Painel Dinâmico Matéria Prima, Disponível no link.

NEVES, M., MILAN, P., VALERIO, F., MARQUES, V., DELSIN, F., et al., Etanol de Milho Cenário Atual e Perspectivas para a Cadeia no Brasil, 2021, primeira edição.

FANG, L., WANG, T., LAMSAL, B., Synergistic effect of surfactants and silica nanoparticles on oil recovery from condensed corn distillers solubles (CCDS), Industrial Crops and Products, Volume 77, 2015, Páginas 553-559.

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