De acordo com projeções divulgadas recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra brasileira de cana-de-açúcar 2024/2025 deverá atingir 685,86 milhões de toneladas, uma redução de 3,8% em relação à anterior. Entre os fatores apontados, estão os baixos índices pluviométricos, aliados às altas temperaturas registradas na Região Centro-Sul.
Com isso, a produção de etanol proveniente da cana deverá sofrer uma redução de 8%. Dentro dessa perspectiva, torna-se cada vez mais importante a utilização de poliglicóis de alto desempenho para otimizar a produção do etanol, que vem se destacando tanto no cenário nacional quanto mundial como um combustível renovável e sustentável.
Para a produção de etanol, é indispensável o uso de leveduras responsáveis por converter o açúcar em etanol e gás carbônico. Essa liberação de gás carbônico associada à presença de proteínas e outros contaminantes é responsável pela formação e estabilização da espuma nos sistemas fermentativos. A fim de evitar a espumação excessiva, uma mistura de leveduras em água é tratada em pequenos tanques chamados de cubas, utilizando-se alguns produtos químicos. Destaca-se, nesta etapa, o uso de ácido sulfúrico, com objetivo principal de eliminar a presença de bactérias, e a adição de poliglicóis para evitar a formação de espuma no processo de fermentação alcoólica, que ocorrerá posteriormente nas dornas (tanques de fermentação). Para essa finalidade, a Indorama Ventures possui a linha de poliglicóis SURFCANE®, utilizada tanto como dispersante quanto em formulações antiespumantes, garantindo o controle de espuma efetivo ao longo de todo o processo.
A levedura tratada na cuba e já com adição de poliglicóis é então encaminhada para as dornas onde o caldo é adicionado de maneira gradual. Durante esta fase, já se inicia o processo de fermentação alcoólica em que as leveduras transformam a sacarose em etanol e gás carbônico. É nessa etapa que os poliglicóis atuam evitando a formação da espuma. Porém, com o passar do tempo e o aumento na quantidade de álcool no meio, o uso de outros químicos para combater a formação de espuma se faz necessário. Para isso, são adicionadas formulações antiespumantes, produzidas a partir de misturas complexas de poliglicóis, óleos, solventes e outros aditivos.
Vale destacar que, em alguns casos, a coluna de espuma formada durante a fermentação pode chegar a ocupar até 50% do volume da dorna. Assim, o controle efetivo de espuma faz com que seja possível aumentar sua capacidade de ocupação com caldo, e consequentemente, ter uma maior produção de etanol para um mesmo volume de tanque. Após o final da fermentação, o teor de etanol na dorna é de aproximadamente 10% e está em uma mistura de levedura e água, principalmente. Apesar de serem utilizados em apenas uma etapa de todo o processo de produção de etanol, os poliglicóis SURFCANE® possuem uma funcionalidade única e um resultado direto na capacidade de produção de etanol das usinas. O uso de produtos inferiores pode levar ao transbordo de dornas, ocasionando perda de material e riscos de segurança.
*Luis Felipe Sugai é Quimico de Pesquisa – Pesquisa e Desenvolvimento – Laboratório E&R